quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Técnicas de reprodução assistida são alternativas para casais homoafetivos que desejam ter filhos

Brasil já registra mais de 3,7 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo



A reprodução assistida há alguns anos se tornou uma possibilidade viável para casais que enfrentam problemas de infertilidade e não conseguiam ter filhos. Desde 2011 este método foi liberado para que pessoas de sexo igual tivessem direito ao tratamento.
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que até o mês de maio de 2015, o Brasil já tinha realizado cerca de 3,7 mil casamentos de pessoas do mesmo sexo. O sonho de construir uma família não é exclusividade dos casais heterossexuais, os casais homoafetivos também demonstram esta vontade e podem recorrer à reprodução assistida, caso prefiram um filho com suas características genéticas à adoção.
Para isso, no caso de casais homoafetivos femininos existem duas opções: podem recorrer a um banco de sêmem –de doador anônimo- uma pode doar o óvulo e a outra gerar a criança ou a mesma pessoa doar o óvulo e gerar a criança. A opção é do casal, de acordo com as devidas orientações médicas.
No caso dos casais homoafetivos masculinos um dos homens cede o espermatozoide e uma doadora – que de acordo com a Lei deve ser uma parente de até 3° grau de um dos cônjuges- cede o útero e o óvulo. Eles podem ter uma doadora que não faça parte da família, mas apenas com autorização judicial.
O especialista em reprodução humana Túlio Marcolini, da Fecunda Reprodução Humana, diz que a técnica é ideal para este tipo de situação. “Os casais de mesmo sexo que desejam ter filhos e não querem adotar, frequentemente recorrem à reprodução assistida como uma maneira de realizar este sonho. É uma maneira viável que permite, entre outros benefícios, que a criança seja registrada com dois pais ou duas mães. Este processo pode ser prolongado, a doadora do óvulo ou do útero precisa passar por muitos exames, mas que garante um filho legítimo com características físicas e genéticas”.
          Dr. Túlio explica que, das técnicas de Reprodução Assistida para casais homossexuais homens, a fertilização in vitro (FIV) é a única possível. Por sua vez, para o casal homoafetivo feminino, é preferível a fertilização, mas é possível também a Inseminação Intrauterina (IIU).

Diferença entre fertilização in vitro x inseminação intrauterina

          A fertilização in vitro é uma técnica que retira o óvulo de dentro da mulher, fertiliza ele fora do corpo e depois reaplica o mesmo óvulo, já fecundado, de volta no útero.
         Já a inseminação intrauterina induz a mulher a ovular para, assim, ser fecundada com espermatozoide doado por um banco de sêmen. Neste caso, insere o espermatozoide e pronto. Ou seja, não engravidou, a tentativa é encerrada ali mesmo.
         Na fertilização in vitro, no entanto, há a possibilidade de formar outros óvulos. Então, se aquela tentativa não der certo, é possível ter outros embriões congelados que podem ser novamente implantados na mulher para tentar a gravidez.