Considerado pelo
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) como a quarta
causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, o câncer de colo de útero é o
terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e
do colo-retal. A forma invasiva da doença pode ser causada pela infecção
persistente de alguns tipos do Papiloma Vírus Humano (HPV), vírus transmitido
por meio de relações sexuais.
De acordo com a oncologista clínica Paula Lajolo, há diversos subtipos do
vírus, mas nem todos causam o câncer invasivo de colo de útero. “A doença é
provocada principalmente pelos subtipos 16 e 18, conhecidos como oncogênicos.
De cada 200 mulheres com esses subtipos, uma desenvolve o câncer de colo de
útero. Outros tipos de câncer, como nasofaringe, pênis e anal, também estão
relacionados ao contágio com o HPV”, disse.
Segundo ela, o diagnóstico da infecção por HPV é diferente em cada um dos
gêneros. “Na mulher, o diagnóstico é feito por meio do Papanicolau, que é o
exame ginecológico que coleta material do colo uterino para análise. Há lesões
precursoras do câncer que, se forem tratadas, podem impedir a doença. Outros
exames que pesquisem a presença indireta do HPV na célula também podem ser
realizados. No homem, o diagnóstico é possível quando existem lesões no pênis.
Nesse caso, investiga-se por análise clínica e laboratorial a presença do
vírus”, afirmou.
Prevenção
A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) pode acontecer, de acordo
com a oncologias Paula Lajolo, por meio da relação sexual. Sua prevenção pode
ser feita pelo uso de preservativos ou por meio da vacina, que já é oferecida
na rede pública e particular de saúde. “Há duas modalidades de vacina:
bivalente e tetravalente. Ambas protegem em relação aos subtipos oncogênicos,
mas a tetravalente protege também contra outros dois tipos de HPV, relacionados
às verrugas genitais”, disse.
Segundo a médica, o ideal é que as mulheres sejam vacinadas entre nove e
11 anos de idade, antes do início da atividade sexual. “Se ela for vacinada
depois de já ter iniciado a vida sexual, a proteção pode não ser tão eficiente,
porque ela já pode ter sido infectada com o vírus”, disse. Homens também podem
tomar a vacina, que é aplicada em três doses.
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