O Dia Mundial sem Tabaco vai ser celebrado
com boas notícias. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde e também,
pelo IBGE, revelou em dezembro do ano passado que o número de pessoas que
consomem cigarro ou derivados do tabaco, nos últimos cinco anos, reduziu 20,5%.
Em abril deste ano o país recebeu prêmio da ONG americana Bloomberg
Philanthropies, pelo controle ao tabagismo. A premiação é um reconhecimento
pelo monitoramento epidemiológico do uso do tabaco e na implantação de
políticas públicas para enfrentar o desafio da luta contra o fumo.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 19,2% dos homens fumam, contra
11,2% das mulheres. A faixa etária com maior prevalência é de 40 a 59 anos, com
19,4%, enquanto os jovens de 18 a 24 anos apresentaram a menor taxa, de 10,7%.
Do total de entrevistados, mais da metade afirmou que tentou largar o vício nos
12 meses que antecederam a pesquisa. O pneumologista, Thulio Cunha, do Hospital
Santa Clara, explica que existe quatro fases do paciente em relação ao momento
de parar de fumar. São elas:
1)
Pré-Contemplação – aquele paciente que não
pensou em parar de fumar ou não considera que este é o momento. Para este
paciente o importante é orientar quanto aos benefícios de parar de fumar e
esperar para que ele resolva dar o próximo passo;
2)
Contemplação – aquele paciente que está
seriamente pensando em parar de fumar, mas negociando com ele mesmo se este é o
momento correto. Chamamos este conflito de Ambivalência (“quero parar, mas é
muito difícil”, “quero parar, mas gosto tanto”). Nesta fase é preciso motivar o
paciente a dar o primeiro passo, sempre ressaltando os benefícios em parar de
fumar (reforço positivo);
3)
Preparação – o paciente esta decidido a parar
de fumar e procura ajuda. Este é o momento que se marca o dia para parar de
fumar e se inicia o tratamento para cessação do tabagismo em si;
4)
Ação – o período do tratamento para cessação
do tabagismo em si.
5)
Manutenção – após cessação, período em que o
principal objetivo é evitar recaídas.
“No período inicial à cessação do tabagismo, o paciente pode apresentar alguns
sintomas desagradáveis causados pela Síndrome de Abstinência à Nicotina, que
podem durar em torno de 4 a 6 semanas. Os principais sintomas são: ansiedade,
nervosismo, dor de cabeça, irritabilidade, insônia ou sonolência, podem ser
controlados com medicamentos”, diz Thulio.