Brasil
já registra mais de 3,7 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo
A reprodução assistida há alguns anos se
tornou uma possibilidade viável para casais que enfrentam problemas de
infertilidade e não conseguiam ter filhos. Desde 2011 este método foi liberado
para que pessoas de sexo igual tivessem direito ao tratamento.
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
apontam que até o mês de maio de 2015, o Brasil já tinha realizado cerca de 3,7
mil casamentos de pessoas do mesmo sexo. O sonho de construir uma família não é
exclusividade dos casais heterossexuais, os casais homoafetivos também
demonstram esta vontade e podem recorrer à reprodução assistida, caso prefiram
um filho com suas características genéticas à adoção.
Para isso, no caso de casais homoafetivos
femininos existem duas opções: podem recorrer a um banco de sêmem –de doador
anônimo- uma pode doar o óvulo e a outra gerar a criança ou a mesma pessoa doar
o óvulo e gerar a criança. A opção é do casal, de acordo com as devidas
orientações médicas.
No caso dos casais homoafetivos masculinos um
dos homens cede o espermatozoide e uma doadora – que de acordo com a Lei deve
ser uma parente de até 3° grau de um dos cônjuges- cede o útero e o óvulo. Eles
podem ter uma doadora que não faça parte da família, mas apenas com autorização
judicial.
O especialista em reprodução humana Túlio
Marcolini, da Fecunda Reprodução Humana, diz que a técnica é ideal para este
tipo de situação. “Os casais de mesmo sexo que desejam ter filhos e não querem
adotar, frequentemente recorrem à reprodução assistida como uma maneira de
realizar este sonho. É uma maneira viável que permite, entre outros benefícios,
que a criança seja registrada com dois pais ou duas mães. Este processo pode
ser prolongado, a doadora do óvulo ou do útero precisa passar por muitos
exames, mas que garante um filho legítimo com características físicas e
genéticas”.
Dr. Túlio explica que, das técnicas de Reprodução Assistida
para casais homossexuais homens, a fertilização in vitro (FIV) é a única
possível. Por sua vez, para o casal homoafetivo feminino, é preferível a
fertilização, mas é possível também a Inseminação Intrauterina (IIU).
Diferença
entre fertilização in vitro x inseminação intrauterina
A fertilização in vitro é uma técnica que retira o óvulo de
dentro da mulher, fertiliza ele fora do corpo e depois reaplica o mesmo óvulo,
já fecundado, de volta no útero.
Já a inseminação intrauterina induz a mulher a ovular para,
assim, ser fecundada com espermatozoide doado por um banco de sêmen. Neste
caso, insere o espermatozoide e pronto. Ou seja, não engravidou, a tentativa é
encerrada ali mesmo.
Na fertilização in vitro, no entanto, há a
possibilidade de formar outros óvulos. Então, se aquela tentativa não der
certo, é possível ter outros embriões congelados que podem ser novamente
implantados na mulher para tentar a gravidez.