sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Uso incorreto de aparelhos eletrônicos portáteis pode causar lesões na coluna


Utilizar smartphones e outros dispositivos móveis durante o dia-a-dia tornou-se cada vez mais comum. É habitual vermos pessoas de diferentes faixas etárias conectadas a algum aparelho em casa, no trabalho, em praças e ônibus. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil encerrou 2014 com um total de 280,73 milhões de linhas ativas somente de telefonia móvel. Porém, um reflexo negativo deste fenômeno está relacionado à má postura causada pela utilização desses aparelhos, que compreendem celulares, tablets, videogames de mão, etc. Uma patologia denominada ‘pescoço de texto’ chama atenção de fisioterapeutas.
A expressão ‘pescoço de texto’ (do inglês ‘text neck’) se refere ao ato de digitar com a cabeça indevidamente flexionada, tencionando os tecidos do pescoço e da coluna. De acordo com o fisioterapeuta Renato Pupin, do ITC Vertebral em Uberlândia, esse comportamento pode causar dores na região do pescoço e em membros superiores, além de outras complicações, como lesões dos tecidos moles da coluna vertebral, hérnia de disco, bursites, cefaleias e cervicobraquialgias (inflamação na origem ou no trajeto do nervo).
Para reduzir os riscos de dores na coluna, o especialista faz algumas recomendações. “É preciso ter cuidado e disciplina na hora de utilizar os equipamentos portáteis. Algumas dicas são: evitar a utilização dos aparelhos por tempo prolongado; sempre ficar com o pescoço mais vertical possível; se necessário usar apoio para colocar os equipamentos ou os braços e o mais importante, trazer os aparelhos para perto dos olhos, e não o contrário”, explica Renato.

A melhor forma de amenizar os efeitos da má postura ocasionada pelo uso errôneo de aparelhos móveis é fazer exercícios de correção postural, como a estabilização segmentar – atividade que tem como objetivo fortalecer a musculatura vertebral mais profunda. “Mas se não houver mudança de comportamento, os exercícios se tornam insignificantes”, completa o fisioterapeuta.